terça-feira, 26 de março de 2013

De volta ao começo... Ao fundo do fim.

Já dizia o velho Gonzaguinha: De volta ao começo. Ao fundo do fim. Curioso essa música surgir na minha cabeça enquanto lia um artigo publicado no site da BBC, sobre o Brasil. Tenho repetido com alguma insistência que o Brasil está caminhando para trás. Estamos regredindo, e a passos largos, para uma época pré-Real, em que a economia mergulhava num turbilhão que já não podia ser chamado de crise. Estava muito além disso.

O texto, no site da BBC, tratava de um artigo de página inteira publicado pelo jornal Financial Times, sobre as práticas intervencionistas do governo brasileiro. Como nos velhos tempos, nossos governantes têm se permitido o delírio de acreditar que podem mandar na economia do país. Podem baixar os juros por decreto, podem erradicar com a miséria com outro decreto... Pensando bem, sim, até podem. Porém, são medidas muito parecidas com empurrar o pó para debaixo do tapete ou esconder as tralhas no fundo do armário. O pó e as tralhas não desaparecem como mágica.

Quase todas as ações do governo remetem ao velho populismo praticado pelos presidentes militares e que tiveram seu ápce no governo Sarney, na segunda metade dos anos 80. Exatamente o período pré-explosão hiperinflacionária. Ações objetivas, como atacar o custo Brasil, com investimentos sérios em infra-estrutura básica – garantindo meios de transporte modernos e adequados para a super-safra agrícola, por exemplo –, ou garantir os serviços básicos de educação e saúde, ficam para depois. O que importa agora é criar um cenário adequado para ser veiculado na propaganda oficial e para as aparições da presidente no horário nobre da TV. Os anúncios são fortes e o discurso é imponente. Mas as ações desmancham no ar.

Governar um país tendo em vista apenas as próximas eleições é fácil. Aqueles velhos coronéis já ensinavam isso. Basta governar para a multidão, como se estivessem eternamente num palanque. Comissões fantasiosas e decretos, infelizmente, não resolvem nossos problemas. E o Brasil patina, outra vez, rumo ao barranco da estagnação econômica, do analfabetismo crônico, da crise eterna da saúde e dos portos (e aeroportos!) e, em breve, também da inflação.

O Artigo da BBC está aqui.
E, claro, a música do Gonzaguinha - para quem teve uma crise saudosista como eu - está aqui:

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